...Não tenho paciência para guerrinhas, pequenas tricas de escritório e teorias de conspiração de bolso!
Já lá vai o tempo em que tinha os meus ódios de estimação e dedicava uma boa parte do meu esforço a demonizá-los, arranjar aquelas alcunhas privadas insípidas e tudo isto feito em grupo, o que sempre é muito mais interessante. Tudo isto me divertia imenso, até que um dia, e como se de uma revelação se tratasse, aflourou na minha mente a ideia que isto talvez não fosse muito correcto, muito provavelmente o mesmo dia em que me comparei às velhas beatas aldeia dos meus pais, que seguem religiosamente a vidinha mundana de todos à volta e, muito pior, se alimentam desses pequenos nadas.
Entretanto, e por tudo isto, vivi numa ilusão bem mais grave: a de que toda a gente pode ser meu amigo e que devo ser amigo de toda a gente, muito em especial esta última. Felizmente esta durou bem menos tempo. Há que ser pragmático, filosofias zen não têm nada a ver comigo e não tenho espírito hippie, há e haverá sempre gente que não suporto, que me dá a volta ao estômago, mas antipatizar com essa gente consome-me demasiado tempo e energia, cansa-me o cérebro e esgota-me a mente.
No fundo o truque é tentar manter as interacções numa zona segura, numa área bem delimitada onde tudo esteja minimamente sob controlo e dificilmente possa descarrilar, mesmo que em alguns casos isso implique reduzir a comunicação a algo como: "olá", "adeus" e "tudo bem?"...
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