02 fevereiro 2006

Ajudar o próximo

Desisti de tentar ajudar os outros, claramente não sou eficaz em tal tarefa e na maior parte das vezes até acabo por ter o efeito contrário. Devo ter um qualquer reflexo involuntário que me faz passar sal nas feridas das pessoas, em vez de betadine. Ainda aqui há dias alguém me perguntava "mas tu, na mesma situação que a minha, fazias o quê?", dessa vez ainda me consegui safar com um muito inócuo "não sou eu que tenho de decidir, cada um reage de maneira diferente", mas estava com um "epá, caga nessa merda!" bem debaixo da língua, e não era preciso muito mais tempo para que saisse cá para fora.

A partir de agora vou-me ausentar de todo o tipo de pessoas que possam estar numa situação de maior fragilidade, ou problema existencial, e muito menos intervir de uma forma activa. Mesmo que isto implique reduzir ao mínimo a interacção com 95% das pessoas à minha volta, é tão somente por uma questão de sanidade mental (minha e dos outros).

O que vale é que no meio disto tudo há uma certa justiça que vem ao de cima,
normalmente as tentativas dos poucos corajosos que acham que me devem socorrer acabam por ser tão eficazes como querer lavar o chão com um mata-moscas, por muita boa vontade, e afinco, que tenham em desempenhar a tarefa claramente não é a ferramenta certa para o trabalho em questão.

No fundo, vejo uma certa coerência nisto tudo.

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