02 agosto 2006

Uma enorme vastidão desolada...

Não tenho absolutamente nada para dizer, não tenho nada a acrescentar ao que vou vendo por aí... Nada me ocorre, nada me apetece, nada me motiva...

A minha cabeça é um enorme deserto vasto e árido (e sinto-me mesmo como se tivessem acabado de enfiar à força um pelo meu crânio a dentro) incapaz de produzir seja o que fôr, resumindo a actividade intelectual ao articular de frases perceptíveis, o que nos dias de hoje já vai sendo bastante bom, mas sempre minimalistas e destinadas a expressar actos e ideias simples. Já não sei o que é pensar, pensar a sério, pensar em tudo em nada, na vida e na morte, naquilo que somos e no que poderiamos ter sido, limitando-me a dedicar todo o meu esforço mental a tarefas menores, fúteis, rotineiras e entediantes; em tempos acreditava com toda a minha convicção que essa coisa a que chamo "rotina" me era imposta, que eu não a controlava, que nunca era opção minha.

Estou a perder as minhas faculdades, ou melhor, estou perder todas as poucas oportunidades que vou tendo de as usar.

É assim o estado da nação, é assim o estado de espírito dos últimos tempos...

1 comentário:

Anónimo disse...

'... queriam-me casado, fútil, quotidiano, tributável...'
(Fernando Pessoa, Livro do desassossego).