Mais divertido que ouvir falar velhotas, com todo o devido respeito que tenho pela terceira idade, a falar dos problemas de saúde é ouvir velhotes a falar do mesmo. Enquanto que as senhoras tomam aquela tão familiar postura de vítima, de coitadinha, de desgraçadinha a quem o todo mal acontece, e que tanto me irrita, eles, por seu lado, colocam no tema uma certa formalidade, um tom de alguma reverência que me agrada imenso, com a mesma importância como quem fala de política internacional ou da situação económica actual, mas que ao mesmo tempo acaba por tornar o tema distante e, de alguma forma, banal. No fundo é mais uma maneira de exorcizar os males...
Há momentos de silêncio onde o ruído se torna ensurdecedor e insuportável...
27 agosto 2006
24 agosto 2006
Num limbo...
Tenho demasiadas corridas mesmo tempo, e cada vez mais sinto que vou acabar por ficar a meio de todas elas.
Odeio este sentimento de morar em terra de ninguém, de estar num limbo denso e sufocante, que me rouba o tempo e, ainda pior, me lança num enorme vazio que mais parece uma enorme bola de ferro agrilhoada ao tornozelo.
Odeio este sentimento de morar em terra de ninguém, de estar num limbo denso e sufocante, que me rouba o tempo e, ainda pior, me lança num enorme vazio que mais parece uma enorme bola de ferro agrilhoada ao tornozelo.
O momento do dia...
Um colega convencido e barrigudo a usar uma t-shirt uns tamanhos abaixo do recomendado...
21 agosto 2006
É o mundo demasiado grande a pesar-nos...
"Que sentimento é esse que temos quando vamos de carro e nos afastamos das pessoas e elas vão diminuindo de tamanho na planície até vermos as suas manchas dispersar? É o mundo demasiado grande a pesar-nos, é o adeus. Contudo, curvamo-nos avançando para a próxima louca aventura debaixo do céu."
Jack Kerouac, "Pela Estrada Fora"
Jack Kerouac, "Pela Estrada Fora"
O regresso à normalidade...
Não há pior coisa, depois de ter passado as últimas semanas a expandir os horizontes, que regressar à normalidade, à prisão dos rituais do quotidiano. Talvez a melhor maneira de amenizar tudo isto é agarrar a rituais agradáveis, para mim um desses é ir para a esplanada do costume, beber o café e a água com limão dos costume e passar uma bela porção de tempo a ler um livro do momento.
O mais engraçado é que, afinal, alguns desses rituais até nem são tão maus quanto isso. Mau mesmo não é o regresso à normalidade, o que é mau é o regresso à banalidade...
O mais engraçado é que, afinal, alguns desses rituais até nem são tão maus quanto isso. Mau mesmo não é o regresso à normalidade, o que é mau é o regresso à banalidade...
20 agosto 2006
O Verão tem destas coisas...
O Verão e as férias trazem muitas coisas à tona: coisas boas, coisas más e coisas que nem percebo bem o que são...
PS - Agora de volta ao teclado português, já tinha saudades dos acentos.
PS - Agora de volta ao teclado português, já tinha saudades dos acentos.
17 agosto 2006
O pássaro luta para sair do ovo...
"O pássaro luta para sair do ovo. O ovo é o mundo. Aquele que nasce deve destruir um mundo. O pássaro voa até Deus. O nome desse Deus é Abraxas"
Hermann Hesse, "Demian"
Por pouco imediato que pareca isto e', para mim, o que significa viajar: sair do ovo, destruir o mundo onde tudo e' confortavel, simples e seguro mas ao mesmo tempo monotono, aborrecido e sem interesse.
PS1 - Desta vez o teclado e' italiano...
PS2 - Sim Helga, já li o Demian. ;)
05 agosto 2006
Perdido num aeroporto a 1500 km de casa
...Tudo isto porque um otario (and this means eu) enganou-se a marcar o voo, qual eh a minha cara de espanto quando o senhor da Ryanair me diz que esta reserva eh para daqui a tres semanas.
Que melhor maneira de comecar as ferias...
PS - O teclado eh alemao, logo a escrita em linguagem sms like.
Que melhor maneira de comecar as ferias...
PS - O teclado eh alemao, logo a escrita em linguagem sms like.
02 agosto 2006
Uma enorme vastidão desolada...
Não tenho absolutamente nada para dizer, não tenho nada a acrescentar ao que vou vendo por aí... Nada me ocorre, nada me apetece, nada me motiva...
A minha cabeça é um enorme deserto vasto e árido (e sinto-me mesmo como se tivessem acabado de enfiar à força um pelo meu crânio a dentro) incapaz de produzir seja o que fôr, resumindo a actividade intelectual ao articular de frases perceptíveis, o que nos dias de hoje já vai sendo bastante bom, mas sempre minimalistas e destinadas a expressar actos e ideias simples. Já não sei o que é pensar, pensar a sério, pensar em tudo em nada, na vida e na morte, naquilo que somos e no que poderiamos ter sido, limitando-me a dedicar todo o meu esforço mental a tarefas menores, fúteis, rotineiras e entediantes; em tempos acreditava com toda a minha convicção que essa coisa a que chamo "rotina" me era imposta, que eu não a controlava, que nunca era opção minha.
Estou a perder as minhas faculdades, ou melhor, estou perder todas as poucas oportunidades que vou tendo de as usar.
É assim o estado da nação, é assim o estado de espírito dos últimos tempos...
A minha cabeça é um enorme deserto vasto e árido (e sinto-me mesmo como se tivessem acabado de enfiar à força um pelo meu crânio a dentro) incapaz de produzir seja o que fôr, resumindo a actividade intelectual ao articular de frases perceptíveis, o que nos dias de hoje já vai sendo bastante bom, mas sempre minimalistas e destinadas a expressar actos e ideias simples. Já não sei o que é pensar, pensar a sério, pensar em tudo em nada, na vida e na morte, naquilo que somos e no que poderiamos ter sido, limitando-me a dedicar todo o meu esforço mental a tarefas menores, fúteis, rotineiras e entediantes; em tempos acreditava com toda a minha convicção que essa coisa a que chamo "rotina" me era imposta, que eu não a controlava, que nunca era opção minha.
Estou a perder as minhas faculdades, ou melhor, estou perder todas as poucas oportunidades que vou tendo de as usar.
É assim o estado da nação, é assim o estado de espírito dos últimos tempos...
Entre dois mundos...
Estou preso entre dois mundos.
Há a vontade de cortar amarras, de largar tudo, de olhar à volta procurar algo que faça sentido, de querer mudar, de querer ir, de querer cheirar e provar, de querer conhecer, de querer voltar ou de não querer voltar e entre a medo de mudar.
Mas tudo isto me empurra para o grande, negro e fundo desconhecido, mesmo que se calhar vá sentindo que o desconhecido não é tão grande, negro e fundo como parece...
Há a vontade de cortar amarras, de largar tudo, de olhar à volta procurar algo que faça sentido, de querer mudar, de querer ir, de querer cheirar e provar, de querer conhecer, de querer voltar ou de não querer voltar e entre a medo de mudar.
Mas tudo isto me empurra para o grande, negro e fundo desconhecido, mesmo que se calhar vá sentindo que o desconhecido não é tão grande, negro e fundo como parece...
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